sábado, 27 de dezembro de 2008

Oda a la cebolla / Ode a cebola (Pablo Neruda)

É INCRIVEL, de coisas tão simples como uma cebola ele Pablo Neruda conseguia fazer poesias extremamente doces e magníficas!
----------------------
Oda a la cebolla
----------------------
Cebolla,
luminosa redoma,
pétalo a pátalo
se formó tu hermosura,
escamas de cristal te acrecentaron
y en el secreto de la tierra oscura
se redendeó tu vientre de rocío.
Bajo la tierra
fue el milagro
e cuando apareció
tu torpe tallo verde,
y nacieron
tus hojas como espadas en el huerto,
la tierra acumuló su poderío
mostrando tu desnuda transparencia,

y como en Afrodita el mar remoto
duplicó la magnolia
levantando sus senos,
la tierra
así te hizo,
cebolla,
clara como un planeta,
y destinada
a relucir,
contelación constante,
redonda rosa de agua,
sobre
la mesma
de las pobres gentes.

Generosa
deshaces
tu globo de frescura
en la consumación
ferviente de la olla,
y el jirón de cristal
al calor encendido del azeite
se transforma en rizada pluma de oro.

También recordaré como fecunda
tu influencia ele amor de la ensalada
y parece que el cielo contribuye
dándote fina forma de granizo
a celebrar tu claridad picada
sobre los hemisferios de un tomate.

Pero al alcance
de las manos del pueblo,
regada con aceite,
espolvoreada
con un poco de sal,
matas el hambre
del jornalero en el duro camino.
Estrella de los pobres,
hada madrina
envuelta
en delicado
papel, sales del suelo,
eterna, intacta, pura
como semilla de astro,
y al cortarte
el cuchillo en la cocina
sube la única lágrima
sin pena.
Nos hiciste llorar sin afligirmos.
Yo cuanto existe celebré, cebolla,
pero para mí eres
más hermosa que un ave
de plumas cegadoras,
eres mis ojos
globo celeste, copa de platino,
baile inmóvil
de anémona nevada

y vive la fragancia de la tierra
en tu naturaleza cristalina.
----------------------------------------------------------
Ode a cebola

Cebola,
luminosa redoma,
pétala a pétala
se formou a tua formosura,
escamas de cristal te acrescentaram
e no secreto da terra escura
se arredondou o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
foi o milagre
e quando apareceu
o teu torpe talo verde
e nasceram
as tuas folhas como espadas no quintal,
a terra acumulou o seu poderio
mostrando a tua transparência,

e como em Afrodite o mar remoto
duplicou a magnólia
levantando os seus seios,
a terra
assim te fez,
cebola,
clara como um planeta,
e destinada
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobre
a mesa
das pobres gentes.

Generosa
desfazes
o teu globo de frescura
na consumação
fervente da panela,
e a tira de cristal
ao calor aceso do azeite
se tranforma em encrespada pena de ouro.

Também recordarei como fecunda
a tua influência o amor da salada,
e parece que o céu contribui
te dando fina forma de granizo
celebrando a tua claridade picada
sobre os hemisférios de um tomate.

Mas ao alcance
das mãos do povo,
regada com azeite,
pulverizada
com um pouco de sal,
matas a fome
do peão no duro caminho.
Estrela dos pobres,
fada madrinha
embrulhada
em delicado
papel, sais do solo,
eterna, intacta, pura
como semente de astro,
e ao te cortar a faca na cozinha
sobe a única lágrima
sem dor.
Fizeste-nos chorar sem nos afligir.
Eu enquanto existir celebrarei, cebola,
Mas para mim és
mais formosa que uma ave
de penas cegadoras,
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina,
dança imóvel
de anêmona nevada

e vive a fragrância da terra
na tua natureza cristalina.

2 comentários: